
Entendendo o Transtorno do Espectro Autista (TEA): o que é, sinais, tipos e como lidar
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta principalmente a forma como a pessoa se comunica, interage com o mundo ao redor e expressa emoções.
Cada pessoa com TEA é única, mas, no geral, esse transtorno se caracteriza por dificuldades na comunicação verbal e não verbal, na interação social e por comportamentos repetitivos ou com padrões específicos de interesse.
Quando surgem os primeiros sinais de autismo?
Os primeiros sinais de autismo costumam aparecer bem cedo, ainda nos primeiros meses ou anos de vida. Porém, o diagnóstico costuma ser fechado por volta dos 2 a 3 anos de idade, após uma avaliação multidisciplinar.
Sinais mais comuns do TEA
Embora cada criança ou adulto com autismo tenha seu próprio jeito de ser, alguns comportamentos costumam ser mais frequentes:
- Atraso no desenvolvimento da fala ou não falar;
- Não responder quando é chamado pelo nome;
- Falta de interesse por pessoas ou objetos ao redor;
- Dificuldade para brincar com outras crianças ou participar de atividades em grupo;
- Dificuldade para entender expressões faciais e gestos;
- Formar frases com dificuldade ou repetir as mesmas palavras várias vezes;
- Falar com sinceridade excessiva, sem filtro social;
- Incômodo em ambientes barulhentos ou movimentados;
- Seletividade alimentar (por textura, cheiro ou sabor);
- Repetição de movimentos como balançar o corpo, bater palmas, girar, pular de repente ou alinhar objetos por cor ou tamanho;
- Interesse intenso e específico por temas como dinossauros, mapas, números, datas, astronomia, entre outros;
- Queixas frequentes de desconforto gastrointestinal, muitas vezes relacionados à ansiedade.
Além desses comportamentos, pessoas com autismo podem ter:
- Crises de raiva (birras), impulsividade ou agitação;
- Déficit de atenção;
- Dificuldade para lidar com sons, toques e luzes;
- Reações incomuns à dor ou ao calor e frio;
- Em alguns casos, dificuldade para demonstrar empatia.
Os diferentes níveis do espectro autista
O autismo é classificado em diferentes níveis ou tipos, de acordo com a intensidade dos sintomas e o grau de suporte necessário no dia a dia:
- Autismo clássico (nível de suporte mais intenso)
É o tipo mais conhecido e, geralmente, o mais desafiador. A criança ou adulto com esse tipo de autismo:
- Pode ter pouca ou nenhuma fala;
- Evita contato visual;
- Dificilmente demonstra afeto com gestos ou expressões;
- Reage pouco ao que acontece ao seu redor;
- Pode apresentar deficiência intelectual associada;
- Tende a viver em um mundo muito próprio, com pouca ou nenhuma interação com os outros.
- Autismo de alto funcionamento (também chamado de Síndrome de Asperger)
Nesses casos, a pessoa tem um nível de cognição e fala mais desenvolvidos. São pessoas:
- Muito inteligentes em áreas específicas (muitos se destacam em matemática, tecnologia, ciências, etc.);
- Com vocabulário amplo, mas dificuldade em entender ironias, piadas ou duplo sentido;
- Que enfrentam desafios sociais, como manter amizades ou se adaptar a situações novas;
- Que podem levar uma vida bastante funcional com apoio adequado.
- Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE)
É quando a pessoa apresenta sinais do espectro, como dificuldade de comunicação e interação social, mas sem se encaixar nos critérios específicos dos outros tipos. Por isso, esse diagnóstico costuma ser mais difícil e exige atenção especial.
O que causa o autismo?
Ainda não existe uma resposta única. O que se sabe é que o autismo tem múltiplas causas, que podem envolver fatores genéticos, neurológicos e ambientais. Não é culpa de ninguém e, até hoje, a ciência continua pesquisando o que acontece de fato no cérebro das pessoas autistas.
O autismo tem cura?
O TEA não tem cura, mas o tratamento adequado pode melhorar (e muito!) a qualidade de vida. Cada pessoa precisa de um acompanhamento personalizado, que pode incluir:
- Terapia fonoaudiológica (para melhorar a fala e comunicação);
- Psicoterapia (para trabalhar emoções, comportamentos e habilidades sociais);
- Terapia ocupacional e fisioterapia (para desenvolver autonomia e coordenação);
- Apoio escolar e pedagógico;
- Envolvimento ativo da família no dia a dia.
O objetivo é ajudar a pessoa a se comunicar melhor, desenvolver sua autonomia e se sentir mais segura para viver com mais equilíbrio.
Como apoiar uma pessoa com autismo no dia a dia
Se você convive com alguém no espectro autista, aqui vão algumas orientações importantes:
- Rotina é essencial: Mudanças bruscas podem causar estresse. Tente manter horários e hábitos organizados.
- Aprenda a se comunicar de forma clara e visual: Muitas vezes, imagens e gestos funcionam melhor do que palavras.
- Ofereça segurança emocional: Tenha paciência e evite forçar situações desconfortáveis.
- Busque ajuda profissional: Terapias adequadas fazem toda a diferença.
- Não compare: Cada autista é único. O que serve para um pode não funcionar para outro. Saiba mais
Inclusão escolar: cada caso é um caso
A inclusão em escolas regulares é um direito e pode ser muito positiva. Porém, é fundamental respeitar os limites de cada criança. Em algumas situações, o melhor é optar por instituições especializadas, que ofereçam atendimento mais individualizado.
⚠️ Atenção: O diagnóstico do autismo só pode ser feito por profissionais da saúde, como médicos ou psicólogos habilitados. Este conteúdo é informativo e não substitui avaliação clínica.